A Dra. Maria Montessori nasceu em Chiaravalle na província de Ancona, Itália, em 31 de Agosto de 1870. Com quatorze anos, ela se interessou por matemática e passou a frequentar uma escola técnica. Depois seu interesse se voltou para a área de biológicas. Decidiu que o que realmente queria era estudar medicina (STANDING, 1957. p.29) e em 1896 tornou-se a primeira mulher médica da Itália.
Logo depois da sua formatura, a Dra. Maria Montessori foi designada para trabalhar numa clínica psiquiátrica na Universidade de Roma. Foi quando se interessou pelos deficientes que ficavam junto com os portadores de doenças psiquiátricas agudas. Com o passar do tempo tornava-se cada vez mais claro para ela que deficiência mental era um problema pedagógico e não médico.
Em 1899, num congresso pedagógico em Turim, a Dra. Maria Montessori referiu-se à sua crença de que crianças deficientes não são seres extra-sociais, e deveriam ter os benefícios da educação tanto quanto, ou até mais do que as crianças normais.
Como resultado desse seu posicionamento inovador, foi convidada pelo ministro da Educação para dar palestras sobre o assunto. Montessori aceitou com a condição de dirigir uma escola para tais crianças, o que realmente aconteceu. À esta escola foram trazidas crianças consideradas deficientes de várias escolas e as que estavam nos asilos de tratamento psiquiátrico. Baseou seu trabalho em livros de Itard, Seguin e Froebel, pesquisadores que percorreram a linha de Rousseau.
Maria Montessori utilizou alguns materiais idealizados por Seguin e criou muitos outros para seus alunos fazerem uso. O sucesso foi tanto que algumas crianças que vieram dos asilos aprenderam a ler e escrever tão bem que foram aprovadas num teste do Estado para crianças não portadoras de deficiência. Estes testes são realizados para avaliar em que nível as se encontram e até mesmo para verificar o próprio ensino da rede pública.
O sucesso fez Maria Montessori avaliar o que poderia haver de errado na educação das crianças não portadoras de deficiência que eram reprovadas neste tipo de teste, uma vez que, até mesmo seus deficientes foram capazes de ser aprovados. Passou a acreditar que se desenvolvesse um método similar de alguma forma com o que havia aplicado nas crianças portadoras de deficiência, conseguiria trazer êxito na aprendizagem das crianças que não tiveram sucesso nos testes do Estado.
Para desenvolver um método que fosse adequado para crianças não portadoras de deficiência a Dra. Maria Montessori passou a estudar filosofia e psicologia por mais sete anos, pois acreditava que precisava de uma formação mais profunda no assunto para somente então colocar em prática o que lhe pareceria coerente.
Em 1907, passou a lecionar crianças que habitavam uma moradia na periferia de São Lourenço, Roma. Neste lugar ela fundou a Casa dei Bambini (Casa da Criança) uma escola para cinquenta crianças extremamente pobres, filhos de desempregados, prostitutas, pedintes e criminosos da região. Montessori assim o definiu:
“Nossa escola era uma casa para a criança, ao invés de uma escola de verdade. Preparamos um lugar para as crianças onde uma cultura diferente pudesse ser assimilada ao meio ambiente, sem nenhuma necessidade para instrução direta.” (MONTESSORI, 1967. p.6)
Em 1914, deu início em suas pesquisas com crianças acima dos 6 anos.