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Escola de Educação Infantil em Juazeiro – BA: história, conceito e prática na Educação Infantil

Maternal, jardim de infância, pré-escola. Ao longo da história foram muitos os nomes para esse período de atendimento à criança pequena que é anterior à fase de alfabetização. A verdade é que os nomes mudaram junto com a reformulação do que, afinal de contas, é educação infantil.

As alterações vieram na medida em que a sociedade evoluiu, que a infância ganhou a atenção dos estudiosos e que a criança passou a ser vista como um indivíduo com direitos. A percepção de que a creche ou a escola são espaços apenas para cuidados com a criança foi sendo deixada de lado e substituída pelo conceito de educação.

Nas últimas décadas, diversos pesquisadores estudaram o tema e trouxeram propostas diferenciadas para a educação nesse estágio. Mas, independente da linha teórica, permanece a concepção de que esse é um “período de ouro”, que deve ser explorado ao máximo. Isso porque boa parte dos aprendizados obtidos e cuidados recebidos nessa fase serão essenciais para o desenvolvimento da criança no restante de sua vida.

Você conhece a história da educação infantil no Brasil?

Pode parecer chato voltar décadas atrás para falar da origem da educação infantil, mas, acredite, saber como tudo começou pode ser muito útil para entender o lugar que ela ocupa na nossa sociedade hoje. A verdade é que a história da educação de crianças no nosso país está ligada a um acontecimento importante no Brasil, que é a entrada das mulheres no mercado de trabalho. Isso aconteceu com mais força por volta da década de 40.

Sem ter com quem deixar as crianças, as mulheres recorriam às “criadeiras”, que eram mulheres que cuidavam de muitas crianças ao mesmo tempo e, na maioria das vezes, em condições precárias de higiene. Dessa forma, as creches surgiram como uma medida de sanitização, como um “mal necessário” para substituir as criadeiras, que eram vistas como as principais causas da mortalidade infantil.

Esse começo foi um dos motivos pelos quais a creche ficou tanto tempo associada à ideia de assistencialismo. Nas décadas de 70 e 80 essa realidade começou a mudar com o surgimento de estudos e novas concepções sobre a infância. O primeiro grande marco na história da educação infantil veio com a Constituição de 1988, que reconheceu – pela primeira vez – a creche e a pré-escola como parte do sistema educacional no país.

Em 1996 outro marco importante veio com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que constituiu a educação infantil como dever dos municípios e estabeleceu sub-faixas: creche para crianças de 0 a 3 anos e pré-escola para crianças de 4 a 6 anos. Essa lei elevou a educação infantil ao status de primeira etapa da educação básica, exigindo uma articulação dela com o ensino fundamental.

Afinal, o que é educação Infantil?

Depois de entender o histórico da educação infantil no Brasil fica mais fácil defini-la como a primeira etapa da educação básica e, portanto, um direito da criança. De acordo com a LDB, essa fase da educação tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança “em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

Fica claro que há um entendimento que educação infantil engloba, num sentido mais amplo, toda forma de educação que a criança receberá na família, na comunidade, na sociedade e na cultura em que vive. Mas, a escola tem um papel essencial nesse processo por ser uma instituição inteiramente voltada para o desenvolvimento dessa criança.

Embora tenha sido necessário o combate à visão assistencialista vinculada à creche é importante ressaltar que não se pode excluir a função de cuidado da educação infantil.

A criança precisa de cuidados básicos como higiene, alimentação saudável e momentos de repouso e, por isso, é impossível separar a educação e o cuidado nessa faixa etária. Veja aqui algumas dicas para estimular hábitos de higiene para crianças.

Portfólio: o que não pode faltar?

Para atender a orientação da LDB e criar um portfólio que promova o desenvolvimento integral da criança é preciso incorporar atividades que considerem as diferentes capacidades e habilidades dela. É na educação infantil que a criança vai conhecer seu próprio corpo, entender os limites de si e do outro, ampliar suas relações sociais e aprender as diferentes linguagens verbais e corporais para se comunicar.

É primordial que a escola acolha as vivências dessa criança e os conhecimentos que ela traz consigo, de acordo com seu ambiente familiar e sua cultura. Toda essa bagagem que a criança carrega deve ser articulada com as propostas pedagógicas, de forma que seu universo de experiências seja ampliado.

Seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o portfólio da escola de educação infantil deve contemplar seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Confira cada um deles:

  • Conviver com outras crianças e adultos;
  • Brincar cotidianamente de diversas formas e em diferentes espaços;
  • Participar ativamente do planejamento das atividades propostas pelo educador;
  • Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos e elementos da natureza;
  • Expressar suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos;
  • Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural.

Cinco campos de experiências

A Base também propõe cinco campos de experiências que definem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Eles são:

  • “o eu,
  • o outro e o nós”;
  • “corpo, gestos e movimentos”;
  • “traços, sons, cores e formas”;
  • “escuta, fala, pensamento e imaginação”
  • e “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”.

De acordo com o documento, esses campos levam em consideração os saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças, assim como a associação deles com suas experiências anteriores.

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